Quando eu abro a minha gaita rebrotam notas perdidas De versos, rimas cantigas das marcas de antigamente Deus me deixou de presente este ofício é o meu legado Cantar as coisas do pago ao gosto da minha gente Minha gaita se abaguala quando a indiada é campeira Traz a sina galponeira de relembrar o passado Quando o violão faz costado no encanto da melodia Enche a sala de alegria pra começar o bailado Abre o fole, o coração e uma vanera despacha Entre a poeira e a fumaça nas bailantas do rincão Gaita, pandeiro e violão pra um baile não se achicá Só paro quando o Sol entrar pelas frestas do galpão Baile de rancho de chão batido e candieiro No meio desse entreveiro sou gaiteiro e cantador Num baile de interior me agrada toca vanera De bailar a noite inteira pra vida ter mais valor