Meu canto é ponta de osso É travo, é garganta É caminho, é desgosto De quem parte e não se cansa Nas voltas que o mundo dá Girando dentro da gente Pra gente desembocar Em cada velho presente Em cada novo lugar Que é cá dentro da gente Que é lá onde for Onde o canto alcançar Na viola, no repente, Na estrada sem parar A gente é um tanto tanta gente Na caça de algum lugar Quem quiser me acompanhar No gira-gira cata-vento Cata-vento a girar Agarrado a qualquer tempo Tempo de se encontrar Na viola, no rebento Da gente a se criar Por esse canto medonho Dos cantos formando sonho Do povo inteiro a cantar