Enquanto tanto pranto escorre Canto-te o encanto que me corre Ocorre-me ver-te em selvagem espanto Em seu tonto amor que me comove Move-me querer ter-te como manto Do reisado do amor dos cânticos "filhos do sol" sob o luar andante Cante, conte, mande Atua benção, atua crença Ata-me à tua luz secreta Átrio que reluz na lembrança Áureo tempo que em mim encerra Minha voz na tua voz se lança Silêncio, Cantar é rezar mil vezes É cachoeira com água de mar É tocar no que não tem forma Aroma que não se prende Mas não se esquece Umbigo é mãe agarrada na pele até o fim Na pele do som da voz Na voz da pele de deus Emplumada, enfolhada, encharcada, em faíca Seca, lisa, crespa De rocha ou escama Teu segredo ao meu silêncio se prega Prego-me ao teu jeito nas andanças Minha pele traz tua alma desperta Tua alma é a pele da esperança Se há amor eu me multiplico inteiro Espero sempre o amor derradeiro Dá-me corangem pra felicidade densa Cante, conte, mande Atua crença, minha esperança.