Moro, em uma casa submarina Tem sete andares, e sete meninas Não é no céu, não é na terra Não é no ar, é na água do mar! Por isso vejo aquilo que o mundo não quer ver Tenho dois olhos, mas sete meninas! Sete amores, e sete sonhos... Sete brinquedos e sete anos! E sete girassóis amarelos Sete jardins e sete primaveras! E nos catorze, eu vivo um sonho A puberdade, a liberdade Eu me apaixono, de mim sou dono E já não sei mais quem eu sou Por isso vejo aquilo que ninguém quer ver Os meus desejos de querer crescer Deixo os brinquedos, vejo as meninas Aonde moro não é mais submarina Vou pra escola, vou jogar bola Chutar o mundo, brincar de viver O tempo passa, os ponteiros giram Os calendários trocam de figuras A matemática não é a mesma Sete mais sete não é mais catorze: É vinte e sete! Moro em uma casa, numa avenida Pago aluguel, pago condomínio Trabalho duro, xí! Ando pelado! Pra ganhar mais vou fazer mestrado! A noite eu vejo aquilo que ninguém quer ver Um assalto, assassinato a mão armada Não é um sonho, é realidade. Na capital Submarina é assim. Mas vou em frente, que atrás vem gente! O mundo gira, o girassol submarina... É, o mundo gira! O girassol e até o sol já não é mais o mesmo Eu vejo tudo, tudo muito diferente! Olhar maduro, entrei nos "enta" E o que era sete, hoje é quarenta e sete! E o passado, ah, que engraçado! Passou de pressa! Agora, olho pro futuro. Paro, olho, vejo, ouço, sinto, penso... ...parece até que vivo uma história: Cinqüenta, sessenta, sedenta, É a vida de viver de sonhos! O tempo passa, os ponteiros giram Os calendários trocam de figuras A matemática "hã", já aprendi: Sete mais sete não é mais catorze: É setenta e sete! Moro em uma casa submarina Tem sete andares e sete meninas Não é no céu, nem é na terra Não é no ar, é na água do mar! Por isso vejo aquilo que o mundo não quer ver Tenho dois olhos mas, sete meninas Sete amores e sete sonhos... Sete brinquedos e muitos anos! Sete girassóis amarelos Sete jardins e muitas primaveras!