Toda minha vida gostei de viola E gemido de sanfona Sempre gostei de cachaça, briga, arruaça E porta de zona Eu era um homem rico Dono de muito dinheiro Minhas fazendas e boiada Gastei tudo no puteiro Tenho quatro filhas casadas Que vivem a me dizer Porque não dei nada a elas E pus tudo a perder Se elas não tivessem casadas Isto não iria acontecer Quem tem que tratar de vocês São os maridos Genro tem que se foder Eu já avisei parentes e amigos Tá todo mundo avisado O dia que eu morrer é na zona Que eu quero ser velado Se me levar pro cemitério Vou ser um defunto enjoado Vou dar coice no caixão Jogar flor pra todo lado Por ali mesmo na zona É que eu quero ser enterrado Mesmo depois de morto Não quero que as putas me abandonem Quero que coloquem em cima da minha cova Um violão e uma sanfona Depois escrevam com letras bem grandonas Aqui descansa Ivonir Machado Que gastou todos seus trocados Mas foi o rei da zona Eu sou o fodido quando eu chego na zona Eu sou o fodido quando eu chego na zona Faço amor com as empregadas Mas primeiro eu vou na dona Quando eu chego na zona Fico até de madrugada Primeiro eu cutuco a dona Pra poder não pagar nada Fazendo amor com a dona Não precisa de dinheiro Quando é de madrugada Já sou o chefe do puteiro Antes de me embriagar Vou levando com respeito Depois que eu encho o rabo Faço amor de qualquer jeito Depois que eu tiver tragado Tanto fez ou tanto faz Seja puta ou veado Até de cara pra trás Todo dia eu tô na zona Eu sou o linha de frente Quando eu não tô na zona Pode crer que tô doente A zona é coisa boa A zona é coisa joia Tem gente que é contra Mas tem gente que apoia Quando é de madrugada Tô pra lá de embriagado Beijo na boca das putas Sapatão e até veado Uma mão vai na virilha E a outra vai no sovaco Eu cutuco a noite inteira Até esfolar o couro do saco