Ivonil do Carmo

Fotografia (2006)

Ivonil do Carmo


Na minha garganta eu tenho preso um grito
Com medo de você não responder se eu te chamar
Procuro a porta por onde você passou para o infinito
Será que é longe esse lugar onde você está?

O que eu queria era te ver de novo
Pra mim bastava com você mais um dia
Na despedida dessa vez jogava açúcar nos teus ombros
Pros beija-flores descobrirem onde escondia tua outra vida

Na minha garganta
Onde escondia tua outra vida

Te vejo dançar com um sorriso puro
Na foto um homem a te jurar eu te amo muito
Sem você a vida é um cinema mudo
Daqueles filmes que a gente se beija no escuro

E o sangue mudou de veia, mudou de rumo
E acha melhor é mudar de assunto
Porque a gente descobre que o amor é um grande susto
Onde a promessa e a ilusão se vestem de luxo

E na garganta fica preso um grito
Um grito surdo