Eu vi o mar eu vi o mar Como estava belo ô mainha No dia de Iemanjá eu vi Aquela brisa calma Que passa e me enlaça num doce aconchego A areia tão alva que aos pés abraça é a pureza ímpar Uma luz que irradia envolvendo o meu manto Uma voz que ecoa estampando o meu canto É a força que corre no seio da terra que vem clarear eu vi Eu vi o mar eu vi o mar Como estava belo ô mainha No dia de Iemanjá eu vi Flores ao mar Dia 02 de Fevereiro Fui jogar flores no mar Fui pedir à mãe sereia Para nos abençoar Mas não apenas pedi Me pus também a louvar De pés descalços na areia Ao teu colo fui chorar Chorei pelo povo sofrido Pelos teus filhos em guerra Pelos incompreendidos Sem amor por esta terra Sonhos perdidos no tempo Podados pela maldade Ou talvez ignorância Oh minha santa piedade Bem na quebrada das ondas Das sete ondas primeiras Lembrei-me lições de cedo Que é bom a paz verdadeira A paz do rio menino Que abraça as vitórias-régias E mesmo em meio às torrentes Sabe das calmas eternas Iemanjá acalmou Todas as minhas angústias Disse que não me avexasse Pois tem os dias de lutas Mas também tem calmaria Pra refrescar a memória Daquela paz e do amor De quando é chegada a hora