Se a palavra não condiz Com o que nos mostra um gesto Como mentir quando desponta No canto do nosso olhar Uma nascente cristalina A fina flor de um sentimento Se uma imagem por si só Mostra a essência de um momento O que escrever desta poesia Que inunda o canto de um olhar Senhora das contradições Na tristeza, noite ou dia, na alegria Uma lágrima Mais doce, às vezes, que o mel É como presentear com o céu A quem vive um amor Lágrima (na cara, na hora, lágrima é vida) (que lava e sara qualquer ferida) Encara e põe fora o que quer que nos agrida Faz alva a nossa aura e a sonhar nos convida Clara, escora e fortalece para a lida Salva, inspira e valoriza a despedida Se o silêncio às vezes diz O que o som não ousaria O que dizer desta magia Que põe no canto de um olhar O sinal que fomos vencidos Pelo enredo, pelo fim da fantasia Uma lágrima Revela, às vezes, qual a cor De dois que se tornaram um... Há! como foi bonito Ver correr as lágrimas De nosso grande otelo Sobre o piano de benito