Auê bará Santo antonio venha me salvar Sete dias se passaram Minha flor não me quer mais Troquei o calor do amor Pelo frio dos castiçais Eu mesmo ergui meu destino Sobre quatro pedestais Essa de amor Tô pedindo Reza em singelo oratório Traz de volta o meu amor Que eu te faço um ofertório Um arco de flor-do-campo Para enfeitar minha tristeza Massinha, pão-de-promessa* Pula-macaco* na mesa E um santo antonio padroeiro Pintado pela minha mão Na tabuinha do pinheiro Na forma de um coração Deitei meu pão-de-promessa* E a medida cor-de-rosa* Imitando o corpo dela Fez o vento cantar triste Num silêncio de capela Essa de amor Tô pedindo Nunca doeu tanto assim Treze velas santo antonio Faz ela voltar prá mim Essa - folclore religioso litorâneo de origem açoriana. Oto com sentido fúnebre, missa de sétimo dia, espécie de velação. onde, sobre quatro pedestais, é erguido um oratório caseiro para a missa de corpo ausente. Velação - folclore religioso litorâneo de origem açoriana. Ato de rezar a imagem de um santo com posterior ofertório para o pagamento de promessa feita. Pão-de-promessa - pão caseiro antropomorfo, representando a parte do corpo colhida pela graça da promessa. Pula-macaco - espécie de bebida licorosa feita em casa. Medida - fita colorida de comprimento igual ao da pessoa a ser atendida pelo milagre. A cor-de-rosa é para as moças casadoiras.