Quando o galo carijó solta o canto no poleiro Pulo em pé que já é hora de largar o travesseiro Da janela eu admiro debruçado ao parapeito Quando a claridade surge, onde o rio fez o seu leito Ao olhar a vastidão quando o Sol surgir inteiro Afastando a escuridão que cobria meu terreiro Eu apago a lamparina, que já não faz mais efeito E preparo meu café, que eu faço do meu jeito Ponho água pra esquentar lá na trempe do braseiro E preparo o coador de algodão de fiandeiro Pouco açúcar muito pó que é do tipo que eu aceito Os biscoitos pra comer, a patroa deixou feito No piquete vou buscar meu pouco gado leiteiro Tiro leite pra beber, e o resto vai pros terneiros Nesses dias de calor quando o ar tá rarefeito Peço a Deus que tome conta, e que em tudo dê um jeito Minha roça tá no mato, mas enxada eu não rejeito A coragem é que eleva a autoestima do sujeito Eu falando nem parece, chega parecer suspeito Pego a vara de pescar e já vou pro pé do eito!