Vivo lembrando muitas passagens, e não consigo esquecer jamais Levando gado em muitas viagens do Mato Grosso rumo a Goiás Coisas que ficam assim gravadas e que parecem não se perder Velhas lembranças que eu sei assim, que nunca podem sair de mim! Som de berrante a chamar o gado para a manada se ajuntar Tropa formada fazia fila quando era hora de aparelhar A chuva forte cair de inverno que muitas vezes pude sentir Muita poeira e o sol ardente, naqueles meses de dias quentes! Ponto de pouso que tantas vezes a comitiva parou por lá A minha rede armada ficava nos mesmos galhos dos jatobás A brasa ardente brilhar na noite depois que o fogo se apagou Grilos cantando nos meus ouvidos, cair no sono entre mugidos Também recordo nossas partidas e a triste hora de despedir Quando a boiada já despontando pegava a estrada para seguir Um lenço branco que me acenava e aquele adeus eu pude ouvir Um amor que sempre soube esperar, e nem o tempo pôde apagar!