Quando ouvi o tinir da viola, dando início à canção sertaneja Por instantes em minha memória, a infância saudosa revejo As palavras cantadas nos versos relembrando-me coisas passadas Marejados deixaram meus olhos, e minha pele toda arrepiada E tal qual uma faca cortante, me feriram as antigas imagens E por mais que eu tente fugir, não escapo de minha saudade Procurei encontrar um disfarce, pra conter toda aquela emoção Mas de nada serviu pra tirar, este aperto do meu coração Pois lembrei quando era criança, muito antes de vir pra cidade Uma vida humilde na roça, o meu mundo era felicidade Na pureza daquela inocência, eu fazia meu próprio brinquedo Modelados na massa de barro, meus bichinhos com pés de graveto A emoção me aflora na pele, e às vezes machuca demais O motivo é lembrar que agora já não tenho meus queridos pais Me recordo as velhas pastagens, eu seguindo através dos trieiros Pro meu pai eu levava o almoço no cavalo que era o piqueteiro Eu chegava à beira da mata, e um instante ficava parado Pra saber onde estava o meu velho, eu seguia o som do machado!