Ivaldo Moreira

Alamedas de Grafite

Ivaldo Moreira


Lume nas sombras do arranha-céu
Nessa cidade sem luz do sol
Verso em grafite que emergiu
A superfície de um outdoor.

Que sonhador foi desatar
Suas amarras pro alto mar?
Que predador veio acionar
As armadilhas no seu olhar?

Debruçando sobre abismos
Só com versos prá grafitar
Invadindo fortalezas
Com canções prá contagiar

A superfície perfeita do outdoor
Quem ousaria pichar?
Por que poesia e não televisor?
Que estranho consumidor.

Não foi a guerra que conquistou
Os territórios de além-mar.
Não foi o ódio que semeou
As alamedas no seu olhar.

Debruçando  sobre abismos
Só com versos prá grafitar
Invadindo fortalezas
Com canções pra contagiar.
Contagiar ... só com canções
Contagiar ... com as canções

A superfície perfeita do outdoor
Quem ousaria pichar?
Por que poesia e não televisor
Que estranho consumidor...

Debruçando sobre abismos
Só com versos prá grafitar
Invadindo fortalezas
Com canções prá contagiar
Contagiar ... só com canções
Contagiar ... com as canções