Leito dos nãos Dos sonhos vãos Só pó, só chão Seco! Seco! Nem riacho Nem estrada Nem passos, nem água Nada! Nada! Espinhos sem cactos Desejos sem atos Malogros dos fatos Inatos! Inatos! Ressequida Preterida Preterida! Vida Vida?! Córrego que não corre Não vivifica Não há vida Chuva cai Incessante, cai Inútil, cai Seco! Seco! Povo árido, Frio, pálido Anseios gelados Parcos! Parcos! Chuva cai Incessante, cai Inútil, cai Seco! Seco! Povo árido, Frio, pálido Anseios gelados Parcos! Parcos! Córrego que não corre Não vivifica Não há vida Pontes rubras De vergonha Por serventia Tão medonha Levar a sede De um a outro lado De um riacho Ressecado Leito dos nãos Dos sonhos vãos Só pó, só chão Seco! Seco! Ressequida Preterida Preterida! Vida Vida?! Córrego que não corre Não vivifica Não há vida Sonhos vãos De todos nós Sonhos vãos De Pedro, o algoz Nossas vontades secas Da fonte à foz Sonhos vãos De todos nós Sonhos vãos Do involuntário algoz Nossas vontades secas Da fonte à foz Córrego Que não corre Seco!