Deusa negra, ventre dos meus ancestrais Orunmilá é quem nos mostra a direção Onde a fé é natural e sagrado é o nosso chão Que brota a esperança e acalenta o coração Nas savanas, vou saudar a natureza O rei sol inspira a migração, que traz a ambição Semeando a cultura dessa tribo milenar Brancos e negros colorem a nação Tem reis e rainhas lá na roda do terreiro Do candomblé, a luz dos orixás nos guia Pra superar a dor do dia a dia Atotô meu velho obaluaê Cubra com as palhas, os filhos seus Cura as feridas dessa terra fria Pelo amor de Deus... Mas a corrente que nos trouxe arrebentou Sou negro livre e jogo capoeira Noite e dia o batuque nas senzalas se ouvia Cultura que vem dos quilombos, herança que vira raiz Saiu da prisão e liderou sua nação Mandela simboliza a igualdade Correr pra vencer, que o espetáculo anuncia O mundo aplaude, a vitória da nossa bandeira Quando abrir o portal imaginário Volto ao passado de glórias, dos meus carnavais Essa avenida, vai se deslumbrar Ao som da folgada, a festa da raça vai começar Bato no peito, eu sou cubango É negra raiz, ninguém vai negar Vou pedir axé a mãe áfrica Para o nosso sonho alcançar