Não há ontem, nem hoje, nem amanhã Quando a tal tecelã vai puxando o fio Que amarra e desata o nó da manhã Segue a vida seu curso indo rente ao rio Ela, solta a vela, sempre tem motivos pra voltar! Na centelha que acende essa imensidão Até onde o olhar sabe repousar Na jangada ela sai sem ter direção Procurando o que está mais além do mar Sonhar, na janela, sempre tem motivos pra ficar! Mas o dia o horizonte é quem vai rasgar Os papéis do desejo e da tradição E então, um incêndio há de enfim queimar As paredes do andar da desilusão E ela, sentinela, vai partir pra nunca mais voltar!