Formar um mar das próprias lágrimas E em mar aberto navegar Lavar o mundo com seu sal Fazer justiça com a própria voz E assim poupar as mãos Do que não for construção Então cavar... Até chegar no magma Passar a lava na pele e arder No meio da frieza que governa! Então soltar o grito vermelho Do ventre da terra O grito guardado do nosso vulcão Há séculos, milênios Esperamos pelo fogo que nascerá! Pra que os esforços dos que ergueram os alicerces? Pra que o progresso da ciência? Depois de tanto sangue derramado De tantas palavras sangradas Será que o nosso sangue será honrado? Será? O sangue preso nos livros! O sangue que tinha pressa! O sangue que tinha pressa! O sangue que fertiliza a terra Esperamos pelo fruto que nascerá!