Só rasgando A camisa de força do medo Pra sentir o cheiro de liberdade Que sai da fibra do velho tecido Tecido ao longo Dos anos longos demais Mas tem que rasgar fibra por fibra Deixar quarar O vento levando Lágrimas e depois Posso ver Neurônios neons Dançando ao som das ondas Sobre o mar Êxtase vivo Multiplicado Chama Que dança alucinada com as ondas O fogo e a água de mãos dadas Invadindo a orla em lava que devasta Tradições ultrapassadas E passa Pelas entranhas da fêmea adormecida Que levanta do berço de conforto E corre contra o vento que a nina Rompe em trompetes Rasga com os dentes O brim da grande escravidão Segue em gargalhadas A desatar Arames farpados Com a serenidade De uma serpente Que passeia Entre os espinhos da Jurema Entre os espinhos