Fui abrindo uma porteira de um curral velho empoeirado E soltei o meu pensamento cavalgando no chão do passado Uma tropa de lembrança e marchando no estradão Num cargueiro cheio de saudade a vida errante de peão Junto com esta boiada muitos dias eu viajei Com o meu laço de ilusão muitos mestiços lacei Bebi água na guampa e dei água aos seus animais Comi arroz com pequi feliz viajando no sertão de Goiás Acompanhei a culatra, acompanhei o ponteiro E passei noites rondando tomei conta do cargueiro Pra seguir minha viagem dentro da imaginação Sentindo o cheiro do gado e ouvindo o berrante Tocar no estradão Mas a chuva do destino fez a boiada estourar Sumiram os meus companheiros Não puderam aqui mais voltar No curral velho empoeirado novamente nele eu entrei Pra voltar a realidade a mesma porteira então eu fechei.