Pai na cabeceira Sal, suor, a voz grave era terra Os olhos cansados A enxada corta o denso, seco, frio medo Mas eu acolhi você Botei água pra esquentar Te escutei com amor, atenção No interior do meu lar Uma névoa incerta, insegura A mãe se infiltra e anoitece Dos pés brotam fontes de água turva Toda a casa pesa e se dissolve Com energia e olhos em brasa Ele me disse: Evite e se renda Sustenta o dia a dia Erguendo altos, brutos muros Na alvorada toca a minha porta Num vendaval forte e inconstante Perdida em mil planos de partida Procurou em vão uma saída Também acolhi você Botei água pra esquentar Te escutei com amor, atenção No interior do meu lar Semeia a terra Rega com os olhos Queima ao Sol Sopra a xícara de chá