O abismo do oceano dentro do quarto O pico da montanha embaixo da mesa O sono dos planetas no travesseiro O fundo da caverna dentro do sapato A chuva de areia no meu deserto De que me vale um sonho se estou desperto Um caco de azulejo é um iceberg Do fundo da memória da geladeira Correndo feito um rio entre folhas secas Cantando poesias pra uma formiga E eu correndo feito um louco nesse carrossel E eu girando feito tonto nesse carrossel A era glacial dos velhos brinquedos A mata bem fechada dos seus cabelos A fúria dos vulcões num café com leite Poeira das estrelas no canto do prato A chuva de areia no seu deserto De que me vale um sonho se estou desperto O ralo do banheiro é um buraco negro Do oco do mistério do meu cinzeiro Correndo feito um rio entre folhas secas Cantando poesias pra uma formiga E eu correndo feito um louco nesse carrossel E eu girando feito tonto nesse carrossel E eu correndo feito um louco nesse carrossel E eu girando feito tonto nesse carrossel O sonho sacia Porque, eu não sei dizer A estória começa no final talvez