O meu peito era o nordeste Era de seca e peste Era do coisa ruim Mas o céu mudou de brilho Chuva em pé de milho Foi teu olho em mim Engordurou o capim Deu broto de alecrim Terra de espinheiro torto Ossada de boi morto Era o meu coração Mas o céu sangrou o açude Abriu no solo rude A flor de uma paixão Pintou de verde o chão No canto do azulão Sertão não virou mar Nem mar virou sertão Virou foi horta e roçado Lavra e plantação Virou fazenda de gado Cria de alazão Virou foi moço alinhado e Moça pela mão Na dança do xaxado Em roda de baião Em chão que agente amar Sertão não vira mar Nem mar vira sertão