Chego aqui na mina loa Trazendo restos de poesia Das estradas que, um dia foram palco de fulia e luarada Escuta ai, lá vai seu moço As lendas de todo um povo De sertões, burrigos e batalhas Da coragem de antônio e desconsolo Tudo isso principia o nordeste da cultura popular Vocês não fazem a mínima idéia Da beleza de um sertão Lá o vento incendeia, caminha que traz a feira Sempre juntos: pé e chão Donde é que se pensa Em ouvir todo o som de um pássaro cantar Fazer do que se pena, verso e prosa pra canção Falando de seu lugar... Ai ai...meu sertão luará Ai ai...meu sertão...sou de lá!!! Por não saber a história de vocês É que eu canto falo do meu canto Sigo a minha vez Cordelizando o passado à face do que sonhei Sou a nata do norte, sou o ponto do corte, sou... Voa meu canto, voa sem tempo e direção Valei meu santo, olha pra esse povo, molha nosso chão Brincar de falar manso à luz do lampião Vou ao longe, além do horizonte, buscar a minha rês Vindo lá do meu sertão Trago sonhos de criança no meu matulão Voa meu canto, voa sem tempo e direção Valei meu santo, olha pra esse povo, molha nosso chão Mas, esse povo tem o maracatu, frevo e baião Trago comigo o encanto dessa nação...