Ajoelhado Na barranca do meu rio Hoje triste lavo roupa Pra vestir a solidão O caniço de alfinete Que eu pescava lambari São retalhos da infância Transformados em saudade Que juntando fiz uns versos Pra compor esta canção Não deixem morrer meu rio Me ajudem por favor O biguá que mergulhava, já morreu Água pé não dá flor Em momentos de angústia Ao pensar estando só Vejo o rio da minha infância A correr buscando o mar Sinto sede de água pura Quando a natureza chora No silêncio das barrancas Me pedindo pra cantar Não deixem morrer meu rio Me ajudem por favor O biguá que mergulhava, já morreu Água pé não dá flor Vendo as águas poluídas Do meu canto faço reza A viola na cantiga É meu templo de oração Quero-quero está morrendo Pelas várzeas do meu campo O seu grito é um lamento Suplicando neste chão Não deixem morrer meu rio Me ajudem por favor O biguá que mergulhava, já morreu Água pé não dá flor