Ponto De vista ou de equilíbrio Mas como aqui chegamos E como aqui permanecemos Dóceis na insutileza do ludíbrio Incumbidos de um patético ofício No completo desencanto Nesse desalento, nesse desafeto São as ausências permanentes E as presensas raras e apáticas Sem fuga da temática Carne e osso feito estátua imponente Entre nós uma rigidez tão eloquente Nervos de cimento e sangue de inseto Eu não tenho raízes(Yo no tengo raíces) Apenas tédio e chorosas crises É meio-dia em meio à vida O almoço evita rebuliço O quanto ainda devo? O quanto ainda pagarei? Dos contratos que assinei; promessas que desonrei Agenda, horários, rotineiros compromissos Atrás de um birô de tampo maciço Contempla as minhas mãos já ressequidas Não tenho cicatrizes(No tengo cicatrices) Só vidros de remédios e grossas varizes Meus momentos felizes(Mis momientos felices) Foram todos encenados por cruéis atrizes Sou tijolo de construção(Soy ladrillo de construcción) Sou o mofo da ruína Sou a súbita expressão(Soy la subita expressión) Que o desfecho determina Ponto final.