Conheço bem o meu covil, cravado nos braços Nas mãos, os murais escritos, as histórias perdidas nas suas divisões De início era úteis, depois precipitei-me a comê-las Algures, no monte dos despojos, acabou a abstenção da privação Este cárcere é uma extensão de mim Assume as imperfeições humanas Como se me visse a mim E velar por mim de olhos abertos Escuto o silêncio A voz dos teus gritos nos meus corredores Perco-me, sou senhor dos seus corredores Cessará contra mim a hostilidade do mundo, não pertencemos um ao outro O meu sangue será lá bebido, os meus humores por lá escorrerão Castigo-me no seu exterior, obcecando com o seu interior No meu refúgio, repito as vozes em silêncio Ouvi-os falar entre eles, somos o passado Como se me visse a mim E velar por mim de olhos abertos Escuto o silêncio A voz dos teus gritos nos meus corredores