Na tarde que estacionou Alguém pode reparar No cheiro das árvores, no medo dos pombos Nos olhos da multidão Tudo o que me traz aqui (e o que me faz assim) Desmancha no ar (desmanchará) Como desmancha a terra que se banha no mar E se faz areia Como o caminho do fogo é queimar E incendeia Queira ou não queira é assim que será Eu, nós Eu e meus nós E os nós dos outros como os meus Na hora que o som parou Alguém soube reparar Nas fotos que ninguém fez, nos feeds da rua De fora do celular Roda Me processa inteiro em dados Me compreender e construir meu mundo Exige muito mais Temos tanto pela frente Somos cada vez mais gente aqui Vem comigo Nesse maquinismo Nos acelerar E dilacerar Rasga mais que o aço fino da beirada da faca Opaco insulfilme, translúcida realidade de mágica E emaranhada como toda a vida Pelas grades da prisão de vidro Onde habito contigo, por isso me identifico Swinga o signo pulsa no som desse sangue que corre O sal que escorre no rosto de lágrima E o corpo chora um suor de alegria Contudo o que me traz aqui (e o que me faz assim) Desmancha no ar (desmanchará) Como desmancha a terra que se banha no mar E se faz areia Como o caminho do fogo é queimar E incendeia Queira ou não queira é assim que será Eu, nós Eu e meus nós E os nós dos outros Como os meus Eu, nós Eu e meus nós E os nós dos outros como os meus Em cada um de nós (Nos olhos do medo) (No cheiro da rua) (Nos sonhos da multidão)