Por onde devo começar? De quando deixei palavras por dizer ou da vingança que jurei e não cumpri? Agora pouco importa! Se já não cumpro o que prometo e não sou mais quem finjo ouvir. As placas desta avenida dizem: "Tanto faz!" Enquanto a carne sangra até dispenso a vida calma A felicidade é sempre tão fugaz. E no silêncio virulento que hoje me escapa cuspo um mar de desprazeres viçosos desenterrando sentidos que desde sempre martelam meus ombros Soluço um grito por entre os dentes um brado ao infinito Isso nem sempre me faz sentir Resistir é tão pouco quando a altura dos muros determina o valor de suas obsessões Sussurrando frases que já foram berradas aqui não se sente nada que não seja o mau cheiro de uma liberdade cativa e infectada pela agonia. Sim, nos tornamos bons soldados e já não temos muito a dizer! Só nos resta a lembrança do tempo em que pensávamos ter escapado. Uma atmosfera de eternidades reduzidas a pó.