Entra tarde Ninguém te nota Achar saída Nadar na poça Dar de cara com o azar Perder a hora Abrir ferida De tanta nota tocar Cruzar os dedos Num pesadelo E ver que arte Também é sonhar Ser outro país Em cada calçada Ser a pedra que chuta E a via láctea Sem pestanejar Dormir num trem Falar que vê o Gabo na TV E tudo bem não ser tão certo Aprender de vez que nada é cem Por cento certo e vale arriscar O corpo é livre e não precisa de sucesso