Entre a névoa e as chamas Jamais serei aquele quem clama Por tua divindade em templo Onde os homens são servis lacaios Me vi fora de meu corpo Que se desfazia e ardia em chamas Minha purificação Libertação dentre outros seres A mim, tornou-se inóspito O que os homens chamam paraíso Por entre o nevoeiro tracei meu caminho Segui minha jornada Vasto é o caminho da devastação Na angústia me fiz de ódio, frieza e razão Buscando me fundir, envolto entre as chamas Que forjaram pela coragem, povos e filosofias Maldizendo toda fraqueza humana O evangelho e suas tolas idolatrias! Sangram os olhos daqueles Que jamais terão o dom de ver sempre além Do teu pranto, fiz meu manto forjado de sangue Dor e martírio de meros mortais Aos que recorrem a ti Deus dos mortais E veem em ti, imagem e semelhança E se contorcem na angústia e dor Eu que ardo em chamas Saio da mais profunda ignorância Rumo ao fogo, chama maldita Fogo impuro do questionamento