Ah! Outra semana, relógio, rotina Guerra com a cama Botina, pernada, esquina Memo programa Todo o trajeto as faladeira só reclama, mas Fone de ouvido, botão de play e rima insana! Bonde lotado, a distraída é pelo vidro riscado Flagrando a ideia da fala de cada muro pichado Já tá rezado pro dia não ser arrasto Que é complicado viver de correria! Periferia tua verdade é na verdade uma ironia Se eu não dissesse com certeza alguém diria Tua mão-de-obra sempre foi mercadoria só que Barateada por tua morna rebeldia Bom dia, bom dia, os boia-fria responde E aquela conversinha de que não mora, se esconde O microondas no cartão, só 1 + 12 Pai de família, a classe média é cu de bronze! Pose serviçal, destino final é parada central e segue o corre matinal O frenesi já é normal, burro de cargo passa mal e tal, por quê? Porque chefia desse o pau! Moleza, deslizo na destreza, que a vida é uma beleza E pra quem não tem certeza de nada, nada moleza Desisto da tristeza que a vida é incerteza pra ter que firmeza Danada, dá nada não É curioso, não? Ninguém enxerga o próprio estado Sujeito é assalariado, estudado e por quê? Só pra servir de mão de obra! Se dobra e desdobra do jeitinho que o mercado cobra Eu vejo cada manobra: A educação condicionada A gurizada ensinada pra ter carteira assinada Cilada! Pesada! Rapaziada é carimbada em um novo lote de gente E gente pronta a ser mandada! É um lote, loque Sala de aula é um estoque com único enfoque De que tu nunca se toque! Mas só que Melhor que nem se revolte De revolta em revolta, vence o pelotão de choque! Moleza, deslizo na destreza, que a vida é uma beleza E pra quem não tem certeza de nada, nada moleza Desisto da tristeza que a vida é incerteza pra ter que firmeza Danada, dá nada não