Em cada sonho trago você Ao templo que desenho e te faço viver Nas asas deste sonho me encontro contigo E nas minhas fantasias te carrego comigo Somos dois corpos unidos Amarrados em ternura amor e carinho Sem um passado a nos guiar Olhamos este templo se eternizar Neste quarto escuro Onde em sonhos tenho Um lugar, um mundo De amor e medo Uma simples vida A lembrança perdida Um sonho ateu Neste quarto escuro Onde o tempo para Um olhar, um adeus A saudade não fala A distância erguida A verdade escondida O último adeus Sempre me lembro do que não disse E vivo arrependido pelo que não fiz Estranha sensação que me agride Ao sentir estar vivendo o que não vivi São palavras, gestos e emoções os quais Ecoam entre ecos nem sempre reais No fundo o meu desejo é poder entender A crença na descrença do que leva a crer Neste quarto escuro Onde em sonhos tenho Um lugar, um mundo De amor e medo Uma simples vida A lembrança perdida Um sonho ateu Neste quarto escuro Onde em sonhos tenho Um lugar, um mundo De amor e medo A lágrima contida A lembrança dorida O tudo e o nada A noite e o dia Vou fazer que essa história nunca tenha um fim Vou usar esta força que há dentro de mim Vou fingir entender Vou amar, vou saber Vou errar, vou falar E vou me arrepender E assim seguirei sem um lugar a chegar Sem caminho, sem abrigo Sem nunca parar Nas palavras sem sentido O incerto destino Faz prosa e poesia deste meu martírio Entre o sono e o sonho Entre mim e o que em mim É o quem eu me suponho Corre um rio sem fim Passou por outras margens Diversas mais além, Naquelas várias viagens Que todo o rio tem Chegou onde hoje habito A casa que hoje sou Passa, se eu me medito, Se desperto, passou E quem me sinto e morre No que me liga a mim Dorme onde o rio corre Esse rio sem fim.