Corrente não se parece mais de metal Corrente que nos prende, é um processo mental E essa densidade parece tão ancestral Faz tempo que a gente sobrevive tão mal Mundo tão desigual E é normal Tão surreal Me pergunto o que é real no mundo que eu vivo Se eu compenso o fato de eu ainda estar vivo Tento fazer valer, inventar um novo motivo Mas esse mundo só me traz tudo que eu não preciso Eles nos fazem comprar coisas que a gente nem quer Essas correntes ainda ferem o meu calcanhar Até Aquiles fraquejou e o mundo ainda conta Sempre buscando um novo jeito de nos derrubar Todos viraram Charlie, mas ainda num entendi Dos nossos índios massacrados não ouvi falar Nos latifúndios dos novos senhores de engenho Nosso governo nunca faz nada pra apartar Nossa revolta se tornou post de Facebook É bem mais fácil mudar o mundo do nosso sofá Única parte ruim, é que desse jeito meu mano Até hoje eu nunca vi nenhum mundo mudar Tire as correntes das mentes dos Nossos Quebre as correntes das almas dos Nossos Um brinde aos guerreiros, levantem seus copos A tropa segue a caminho do topo A tropa segue a caminho do topo Moléculas se Faraó me ajudam a lembrar Dupla hélice e a terceira é espiritual Entre meu lado divino e meu lado humano há um abismo Cercado de medos e cinismo Tanta insegurança Eu já nem lembro a meta da minha esperança As vezes perco o motivo da minha andança Santa ignorância O mundo suga toda nossa importância E em troca nos dá nada além de cobiça, preguiça, injustiça Mordaça, malicia, cansaço Prisão no tempo espaço da terceira dimensão Alma em ascensão se perde em tanta diversão Drogas e bebidas, pessoas tão vazias e tão lindas Vontade de partir, sem saber onde é a saída Somos escravos e a gente nem já percebe mais A nossa Vida se resume a telas digitais Então que a Vida que sobra nos traga mais do que não estraga Com o tempo que sempre lava, leve e quente como lava Te indaga sobre sua saga, te livra do que te mata Te marca, dilata, o coração dilata Dileto, direto, dialeto pirata Da nata acrobata, a sonata sagrada liberta a manada na rima emanada Nossa embarcação não naufraga Nossa embarcação não naufraga Luz Luz pra caminhada dos que já partiram Luz pra caminhada dos que ainda virão Luz pra caminhada dos meus inimigos Que não são capazes de atravancar Minha missão Tire as correntes das mentes dos nossos Quebre as correntes das almas dos nossos Um brinde aos guerreiros, levantem seus copos A tropa segue a caminho do topo A tropa segue a caminho do topo