Iara Ira

Madrigal

Iara Ira


Eu vim dos sete mistérios, a saber
Do vapor na superfície do punhal
Eu vim das palavras tristes, madrigal
E não da mesma costela que você

Eu sou feito de misérias e de luz
De paisagens clandestinas, seda e ar
Eu tenho nome de pedra e vou durar
Até a última estrela que reluz

Eu tenho a mesma frequência das manhãs
Eu sou o livro da morte e do prazer

Minha voz, essa presença
Que já recebi de herança
É uma cama sempre feita
Que o tempo não desfaz

Talvez seja essa tristeza
Ou o costume da esperança
Que me faz, nunca querendo
Querer sempre mais

E o meu único desejo é morrer cantando
O meu único desejo é sempre cantar

Cookie Consent

This website uses cookies or similar technologies, to enhance your browsing experience and provide personalized recommendations. By continuing to use our website, you agree to our Privacy Policy