Se a milonga não tem dono Nestes versos vou contar Me chamam de Gauderio Porque vivo a cantar Se toco e canto meus versos Sem nunca me encabular Foi sorte que deus me deu Cantando não vou chorar Quando chego numa festa Que o povo está me esperando Não me faço de Rogado E abro a gaita e vou tocando Alguém logo vai dizendo Gauderio já está chegando Cantando coisas do pago Sinto minha alma vibrando Sou chamado de gauderio Não sei qual a intensão Se tenho sorte no Amor Não digo com pretensão As prendas flores do campo Que nascem em todo rincão Crescem no pampa do sul E florescem meu coração Disposto por natureza Topando qualquer parada Na canha, jogo e amor Nem mesmo tenho morada Vivo sempre gauderiando No meu pingo da ilusão Com o Rio Grande na garupa Repontando as tradições