Rio Grande do Norte esplendente Indomado guerreiro e gentil Nem tua alma domina o insolente Nem o alarde o teu peito viril! Na vanguarda, na fúria da guerra Já domaste o astuto holandês! E nos pampas distantes quem erra Ninguém ousa afrontar-te outra vez! Da tua alma, nasceu Miguelinho Nós, como ele, nascemos também Do civismo no rude caminho Sua glória nos leva e sustém! A tua alma transborda de glória! No teu peito transborda o valor! Nos arcanos revoltos da história Potiguares é o povo senhor! Foi de ti que o caminho encantado Da Amazônia, Caldeira encontrou Foi contigo o mistério escalado Foi por ti que o Brasil acordou! Da conquista, formaste a vanguarda Tua glória flutua em Belém! Seu esforço, o mistério inda guarda Mas não pode negá-lo a ninguém! É por ti que teus filhos descantam Nem te esquecem, distante, jamais! Nem os bravos seus feitos suplantam Nem teus filhos respeitam rivais! A tua alma transborda de glória! No teu peito transborda o valor! Nos arcanos revoltos da história Potiguares é o povo senhor! Terra filha de Sol deslumbrante És o peito da Pátria e de um mundo A teus pés derramar trepidante Vem atlante o seu canto profundo! Linda aurora que incende o teu seio Se recama florida e sem par Lembra uma harpa, é um salmo, um gorjeio Uma orquestra de luz sobre o mar! Tuas noites profundas, tão belas Enchem a alma de funda emoção Quanto sonho na luz das estrelas Quanto adejo no teu coração A tua alma transborda de glória! No teu peito transborda o valor! Nos arcanos revoltos da história Potiguares é o povo senhor!