Dos reclames do progresso Da demanda de energia À fundação da usina Quanto sonho convergia! No cráton do São Francisco Fez-se, pr'ás águas, um aprisco Sobradinho assim nascia! Sobre o espelho do lago O gavião, a planar É testemunha ocular Da base de tua história Tal qual as tuas xerófilas Enfrentando as intempéries Os teus homens e mulheres Celebram cada vitória! Pode vir sem cerimônia Porque Sobradinho está Com seus braços sempre abertos A quem vem lhe visitar! Na depressão sertaneja Onde te ergues, altaneira És amostra do milagre Da pura fé brasileira No cenário nordestino Vais cumprindo teu destino De cidade alvissareira! Despontando para o mundo Se espargindo em poesia És orgulho da Bahia Sobradinho,doce lar Até mesmo o Velho Chico Modificando seu traço Descansa no teu regaço Antes de seguir pro mar! Quem parte de Sobradinho Mesmo que pela vontade Não demora, está voltando Ferido pela saudade! Entre tuas cordilheiras Recheados de cristais Surgem inscrições rupestres Com indisíveis sinais No teu solo as avoantes As musas intinerantes Vêm construir seus pombais! Pelas asas dos alísios Teus mistérios, tuas lendas Ficaram para as calendas Como Moquim nem sonhava Ó Juacema! o Opara Refugou ante barreira Refreando a corredeira Onde você se banhava! Do refluxo de teus filhos Sobradinho, vem teus brios Pelas águas generosas Desse caudaloso rio!