No seio dolente das idas idades Em meio ao silêncio, fiquei a sorrir A Deusa de outrora só tinha saudades Chorando o passado, esperando o porvir! (Estribilho) Entre os coros das litanias Que vêm do céu, na asa do luar Vivo de mortas alegrias Sempre a sonhar, sempre a sonhar! Quem é que me vem perturbar o meu sono De bela princesa no bosque a dormir? Que há muito caiu sobre o solo o meu trono Que era emperolado de perlas de Ofir! De estrelas, o céu sobre mim se recama Há luz no zênite e clarões no nadir O campo auriverde da nossa auriflama É todo esperança: Esperei o porvir! Agora bem sinto, no peito, áureos brilhos De novo me voltam as perlas de Ofir Aos doces afagos da voz dos meus filhos Mais belas que outrora, eu irei ressurgir!