Hino de Niterói (1673) De ocas rudes de palmas, das relvas Ao guerreiro estrugir do boré, Quantas vezes os filhos das selvas Levantaram-se á voz do pagé! Manejando o tacape emplumando, Ora a flecha a brandir venenosa, Quantas vezes de guerra o seu brado Trovejou pela pátria formosa! Valente Araribóia, Da campa surge, o heroe! Vencendo o inimigo alçaste Trophéos a Nictheroy E assim, ó Praia Grande, Teceu-te o berço a Glória, Teu nome em lettrasd`ouro Refulge em nossa história. Sertaneja inda ingenua, n`outrora Era a Aldêa num leito de brumas, Tendo á fronte aureo nimbo da aurora, Tendo aos pés alva fimbria de espumas; Para ornato era a silva, eram flores, Tinha a voz de um gorgeio a pureza: Vio-a o Rei... quando enlevo! E de amores Deu-lhe carta e foraes de nobreza O`bella Villa Real, O`seductora plaga, Que em leve harpejo de ósculos A Guanabara afaga! Sê justa, ao altar da Patria Vem grata e reverente C`roar de verdes laureas João Sexto e J`se Clemente Hoje, enquanto de alijorfre vestidas Bailam nai`des nas praias azues, E dos montes no cimo as ermidas Erguem ao ceu, muda, a prece da Cruz: Vae lá dentro o rugir do trabalho Zumbe o tear, chispa a serra, artde a forja, Bate á nave as cavilhas o malho, Ou na incude arduos ferros escorja. E`a febre do progresso De um sec`clo de labor; Avante, Nichtheroy! Confia em teu valor, Tens um porvir brilhante, Dos fortes é a victoria, Na rota ao fim fulgura Como um pharol: a Glória!