Entre montes agrestes despertas. Terra linda, ostentando primores. Tens por manto a esmeralda dos campos, Por dossel de altos céus os fulgores. Penedias escarpas altíssimas, Ao luar cingem gaze de prata. Com as nuvens nos ares topando São encantos que a vista arrebata. Oh meu torrão querido. Repleto de humos de ouro, Aberto és de riquezas, Transbordante tesouro. Perpassam dôces auras, De leve, perfumadas, Corolas aspirando. As brancas madrugadas. Coleante qual dôrso de serpe A jogar sobre as margens vigor, Paquequer, Paquequer, féro ou manso Dás a vida, a beleza, o esplendor. E a cascata sonora e vibrante Indo em volta os vergéis acordar. Lá despenca do cimo da rocha Algodão esgarçado a rolar. Pureza diamantina Fecundando o trabalho, Gotejam noites calmas, Em lágrimas de orvalho. Quadro sublime, salve! Oh ! Salve, maravilha, Da potente natura Imcompáravel filha. De teus bosques no gôzo da sombra, As rolinhas se contam segredos, E o sol brinca em lampejos de luz Na folhagem dos bons arvoredos. Só tu guardas ufano e garboso, Grata lenda do bravo Pery. Goitacás de amôr puro e constante Dedicado a mimosa Cecy. Ternos, gazis cardumes De aves trinam louvores, As brizas, asas pandas, Deliciosos cantores. Do livro primoroso De Alencar lindo feito, Qual estrela refulge Teu eternal conceito. Cristal liquido em tons cintilantes, Deslisando das serras no veio, A pureza proclama da linfa Na espessura do teu vasto seio, Em granito de espumas bordado. Que a torrente das águas consome Sorvedouro profundo insondável, Radiografa no espaço teu nome. Plácidas, murmurosas, Claras, limpidas fontes Espelham, carinhosas, Vales, campos e montes, Caprichos, sedutores, Soberbos, sem rivais, Certo são teu orgulho De encantos naturais.