I Caratinga, cidade esperança! Flor da mata, gentil arrebol! Seja fé tua seiva divina, Seja a hóstia sagrada o teu sol! Capital do sudeste mineiro, Das cidades da Mata a primeira Deste Vale feraz do Rio Doce És princesa, és rainha altaneira! II Teu progresso pujante, sozinha, Sem alheios auxílios fizeste Ao labor de teus filhos, só, deves Toda a tua grandeza inconteste! III São coxins de esmeraldas estas serras Em que os membros formosos reclinas. És diamante sem jaça incrustado Neste anel de ouro puro que é Minas! IV Têm mistérios teus céus encantados! Que um dia aspirou o teu ar Não esquece jamais e, se parte! Há de em breve saudoso voltar! V No teu lindo jardim das palmeiras, O mais belo e mais vasto do Estado, Ergue a torre grácil Catedral, De tua fé testemunho sagrado. VI Quando o dia desponta , o Itaúna É uma taça em granito, onde o sol Rubro e loiro qual vinho de luz, Espumeja, e transborda o arrebol, VII Cantam melros nas altas palmeiras, Na alma fresca da azul madrugada Negras flautas de penas, que entoam Melodias a ti, terra amada! VIII Caratinga, cidade mineira, Teu presente é uma promessa e arrebol, Tens cem anos e ainda és criança E é nascente e é porvir o teu sol! IX Nos terrenos instáveis do tempo Só uma planta, o trabalho, é que vinga! Trabalhemos irmãos para que a História Possa um nome guardar: Caratinga.