Olha "seu" moço A onde quer que eu vá Levo no caminhar O sertão do meu Brasil Não sou vaqueiro Mas conduzo a boiada É que meu samba é de vanguarda Mas tem raiz no chão Olha "seu" moço É que eu vivo de cantar As coisas do meu lugar Partes do meu torrão Sou poeta Cantador da madrugada O meu samba tá na alma Nasceu Brasil Sertão Mas "seu" moço Atacaram meu terreiro Com um samba sem pandeiro Sem sanfona e sem ganzá Sem reluzir Sem respeito a minha rima Sem os versos e poesias Que brotam no meu lugar Atacaram a mim Feito canguçu Sou caboclo sertanejo E carrego no peito A marca da urutu Escutem as vozes Dos poetas-violeiros Passeando no terreiro Da cultura popular No trava-língua Do cantador de coco É por isso que "seu" moço O sertão tá no meu olhar