Vou agora falar para vocês De uma coisa que até me contraria Quando chegam com certa cortesia E me dizem por mais de uma vez Que preciso ganhar o meu freguês Trabalhando sem nada receber E com isso tentam me convencer Mas ladainha não me embaraça Não me peçam jamais que eu dê de graça Tudo aquilo que eu tenho pra vender Não me peçam jamais que eu dê de graça Tudo aquilo que eu tenho pra viver Canto sempre o coco sincopado Esse ritmo é minha profissão E por isso não faço doação Sobre tudo que tenho pesquisado Histórias do presente e do passado Tenho muito a cantar e pra dizer Quem quiser essa arte conhecer Olhe, eu trago no peito e na raça Não me peçam jamais que eu dê de graça Tudo aquilo que eu tenho pra vender Não me peçam jamais que eu dê de graça Tudo aquilo que eu tenho pra viver Todo bom lutador só quer ganhar Esse mote inspira o meu estudo Se tentar me enganar não fico mudo E pra todos os cantos vou gritar E não pensem vocês que vou calar Pelo que eu faço quero receber E o que faço poucos vão fazer E nem vão levar a toda a praça Não me peçam jamais que eu dê de graça Tudo aquilo que eu tenho pra vender Não me peçam jamais que eu dê de graça Tudo aquilo que eu tenho pra viver Eu nasci pra cantar coco e ciranda E forró que tem boa freguesia Mas nas rádios não toco todo dia Pelo jeito esse cartel comanda Escolhendo quem cresce e quem não anda Porém minha construção não vou ceder Nem tão pouco de bandeja oferecer Aos que não bebem da minha cachaça Não me peçam jamais que eu dê de graça Tudo aquilo que eu tenho pra vender Não me peçam jamais que eu dê de graça Tudo aquilo que eu tenho pra viver