Casinha no meio do mato Lá no pé da serra Linda de se ver Cercada de arame farpado Curral bem do lado Pra o gado conter Na porta um gato deitado Janelas abertas Pro vento correr E as roupas balançam na corda Secando ao Sol De um lindo entardecer Tem um Flamboyant bem florido Dançando com o vento E as flores voando Pintando um céu azulzinho De nuvens ligeiras Que ali vão passando No alpendre, o dono da casa Tirando um cochilo Com o chapéu no rosto Galinha ciscando no mato E o galo esticado Cantando com gosto Cavalo preso num toco Cela pendurada perto do armador E nele, a rede embrulhada Esperando o balanço De quem se deitou Piso de terra batida Vassoura de palha Apoiada à parede Ao lado, um pote de barro Com água do rio Pra matar a sede Casinha no meio do mato Lá no pé da serra Que Deus colocou Cenário de muita riqueza Tamanha beleza, ninguém inventou