Quando eu desembarquei No seu porto inseguro Me situei numa casa Sem cerca e sem muro Percorri O seu corpo, cidade Um vila pequena e ainda serena E frequentei os seus bares Infernos noturnos, salões de cinema Naquele tempo você ainda era criança E eu era um menino As ilusões eram muitas A vida era fácil e era fácil o destino Acabou, transformou Eu mudei, você mudou Hoje no ônibus cheio Na noite vazia Olhando à janela lá fora A concreta poesia Percebi Um festival de nome e cores Nos postes e muros da aldeia Uma pergunta me paira No corpo e na mente estática e cheia Belôricéia partida, sofrida Na noite uma vida sem nada Verso e reverso de planos rasgados Jogados na beira da estrada É assim, assim será Não é o fim, nem vai findar