O trovador dos sonhos, acordou Pegou numa guitarra e quis cantar Fechou os olhos tristes e voou Num sonho de papel e de luar Na voz, tinha uma raiva, uma ternura No olhar, o mar imenso e a fantasia Em cada lucidez, uma loucura E em cada verso triste, uma alegria O trovador da saudade Do presente e do passado Canta os versos da verdade Que descobre em cada fado Tem no colo uma guitarra E no peito um coração Que se agarra e se desgarra Ao sabor desta canção Sentado num degrau desta cidade Com todas as tristezas no olhar O trovador rimava uma saudade Com versos de papel e de luar E enquanto a sua voz era esperança No seu olhar raiava a luz do dia Como se fosse a voz duma criança Que ao cantar inventa uma alegria