Numa noite clara Sentada na areia Ela olha para a estrada Que o farol clareia E vê os reflexos das luzes na água Lembra sua vida em flexes de máguas Numa noite clara Conversa com a lua Ela olha os bebados Dançando nas ruas E sente a inveja da tal liberdade De se esconderem das suas verdades Numa noite clara Ela não resiste E sobe bem alto Até que aviste A sua cidade, sua rua, sua praça E se lança ao vento com coragem e graça E ela dançou sem ter um motivo E ela brincou, zombou do perigo E ela se fez toda nesse dia Abrindo suas asas para sentir a ventania E ela pulou para o paraíso E ela jurou perder o juízo E ela se fez toda nesse dia Abrindo suas asas para sentir a poesia Tantas noites claras Sentiu-se sozinha Não sei onde moras Já não és mais minha Não sei onde estás nem sei se termina Só sei que ela era só uma menina