Um pouco de poesia para celebrar a vida! Um pouco de poesia para as pessoas queridas Não basta que seja pura a nossa causa Não basta que seja justa a nossa causa É preciso que se desamarrem todos os nós Para que a pureza exista dentro de nós A luta se refere aqueles que vieram e ficaram Aqueles que conosco se aliaram Muitos traziam inverdades e manhas Sobras no olhar e intenções estranhas Para alguns deles a razão da luta Era só ódio e ânsia absoluta Para outros era apenas uma bolsa vazia E queriam enchê-la com sujidade todos os dias Vós tendes ouvido muita música ilusória Agora é hora de ouvirem do contador de estórias Hoje não se debatem conteúdos, mas rótulos E o meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos Microfone político, o abraço revolucionário está de volta Isto é pelos filhos dos nossos filhos e pelos filhos deles Eu vou morrer no rap Outros vieram e com eles um novo significado Lutar para nós é ver o que o povo quer ver realizado É ter a terra onde nascemos como nossa Livres para trabalhar com as nossas próprias forças Lutar para nós é uma ponte que separa o povo Entre a descrença e a certeza do mundo novo Na mesma barca nos encontramos nós Todos concordam, vamos lutar hoje Mas calma aí, vamos lutar para quê? Alguém responde, vamos lutar para quê? Para dar vazão ao ódio antigo que ainda não deixamos? Ou para ganharmos a liberdade e ter para nós o que criamos? Não vamos confundir os mais novos A juventude é a força de todo um povo A luta do meu povo me tortura e me sufoca Não há democracia quando o povo vive com adesivos na boca Microfone político, o abraço revolucionário está de volta Isto é pelos filhos dos nossos filhos e pelos filhos deles Eu vou morrer no rap Não serei plateia desta sociedade doentia Serei autor da história de todos os meus dias Quem há-de ser o timoneiro nos dias de hoje? Na mesma barca nos encontramos nós Ah! As tramas que eles teceram sobre o povo! Ah! As lutas que aí travamos pelo povo! Mantivemo-nos firmes como a erosão No povo buscáramos a força e a razão Não há paz sem justiça e só ela se socializa A revolução não se burocratiza O povo tomou a direcção da barca da vida Mas a lição lá está, foi aprendida Não basta que seja pura a nossa causa Não basta que seja justa a nossa causa É preciso que se desamarrem todos os nós Para que a justiça exista dentro de nós Microfone político, o abraço revolucionário está de volta Isto é pelos filhos dos nossos filhos e pelos filhos deles Eu vou morrer no rap