Há nestes campeiros que "amuntam" cavalos Um jeito de campo, aguada e galpão Enlevo de pasto, mio-mio e quarqueja Florindo pra sempre por este rincão Há nestes campeiros de alma emponchada Miradas do longe, distantes de olhar Sombreiros copados, batidos de chuva Que ao tempo se moldam de tanto se andar Há nestes campeiros que tocam a vida Distâncias de tropas e velhas estradas Cruzando saudades de um tempo de rondas No pouso de luas pelas madrugadas No rastro coplado de tranco e assobiu No campo e banhados e voltas de mato Nos sonhos da linda, bem junto a porteira São estes campeiros com alma de fato Animam um fogo quando a chuva amansa Encharca o Domingo de um mensual E pensam distante nos olhos da tarde Se um fio de saudade lhes chega afinal Capaz que se aprontem pra alguma alegria Carreira e bailanta no outro Domingo Adelgaçam ânsias durante a semana Pra um tranco estradeiro num florão de pingo Quando galponeiam suas canções posteiras Na pedra morena do velho galpão Bem junto ao luzeiro de um fogo de aroeira Reafirmam a certeza de amor por seu chão.