Da labanca trago calos A cada golpe! Patrão! A cada gota de suor Perfilho ganas de chão A cada morto rebroto Raiz do próprio rincão Do buçal trago tirões Firmando trança e presilha Como herança de campo E tradição de familia E anoiteço galopeando Alguma mágoa tordilha No rasquetear das auroras Que me manda a precisão Voltear matreiros e pingos Para sentar o xergão É que embuçá-lo meus sonhos Com rugas no coração Do machado trago o fio Que corta mais que aparenta E quando o tempo me cega Qualquer pedra não me senta Renascendo vida nova No aço que me sustenta Tenho relíquias de campo Que trago junto comigo Da terra faço querência Dos potros faço amigos E um jeitão de Rio Grande No mais crioulo sentido